Oito aotres e alguns colaboradores de jornada. Em agosto de 2011 nossa pretensão era menor, mais acadêmica. O Projeto de Criação Cênica IV era um compromisso curricular, ter encontrado uma zona de interesse comum em torno do conto elegante de Virgínia Woolf foi quase um alívio. Mas ao mesmo tempo ficou logo óbvio que o mergulho sobre o trabalho da inconfundível escritora inglesa demandaria uma dedicação que só os apaixonados poderiam e, estranhamente ou não pelas circunstâncias de fim de curso, não fugimos da raia. Lemos muito, buscamos músicas, referências em filmes, outros livros. Até aí um laboratório de ator comum a qualquer outro grupo envolvido com seu teatro. Mas a novidade eram nossos longos ensaios e cobranças por mais e mais tempo, nossas conversas que se estendiam do espaço de improvisação e repetição para a casa, para os eventos de amigos em comum. Queríamos muito a "Sociedade" por seu terreno, sua pauta, sua essência.
Fomos amadores juntos mais de uma vez. Através de cada montagem universitária fomos nos conhecendo, nos descobrindo, ajudando uns aos outros, não sem feridas, a revelar o que cada um de nós precisava começar a abordar mais profundamente em sua pesquisa como ator. Luz nas Trevas, Nós e as peças anteriores foram as primeiras e tímidas sementes que plantamos no fértil solo das cenas, mas agora nossa ambição tinha crescido e desejávamos uma postura mais profissional para um texto mais maduro, de raízes.
A estreia de Uma Sociedade em dezembro, quatro meses depois, não nos satisfez por completo, porque artista é aquele bixo que nunca termina seu casulo porque sempre quer melhorá-lo, e o ator nunca tem sua obra de arte terminada. Mas veio como resultado nesse sentido, veio de encontro com nossa busca não evolutiva, mas séria e comprometida, e o retorno da plateia só nos incentivou a continuar a jornada. Tínhamos nosso objeto. Tanto pelos elogios daqueles que nos viram apresenando os exercícios cênicos iniciais, como por aqueles que só nos encontraram por essa ocasião, e trouxeram suas críticas, seus pitacos, suas questões.
O PROAC n29 poderia ser considerado um presente, mas diante de tanto trabalho, estamos nos policiando para entendê-lo como é, uma nossa conquista. É bom ver brotar o primeiro raminho das nossas sementes, mas também estamos cientes de que agora só está começando mais uma fase de muito regar e podar! Afinal, é só um dos editais e festivais para os quais estamos nos preparando, para um dos muitos públicos que com capricho queremos encontrar no caminho!
2012 entrou e as nossas reuniões vem com o pique do ano novo, das energias renovadas! Acompanhem por aqui nossas novidades, porque fechando nosso calendário, em breve postaremos as datas das próximas apresentações e esperamos o prestígio de vocês!
Sinceramente, Cia. Av. 2.


